Retrospectiva 2010

O ano de 2010 foi generoso em termos de música e diversão para quem viveu em Pouso Alegre e colou nos rolês certos. Começo lembrando da festa “London Calling, mas vorta”. A desculpa inicial era a ida de Jéssica para a Inglaterra e ela armou o rolê no morro da Medicina. A festa foi regada a Vibe e Vodka, como vinha sendo em 2009. No som, uma galera: Sérgio, Monique, Rafo, P1xell e dj Foi Mal e outros dejotas. Na sequência de Jorge Ben, a casa quase foi para os ares. Sinceramente, não lembro como cheguei em casa naquela manhã, mas recordo que tinham algumas pessoas passando mal no banheiro. Cabe registrar que o Troféu Tony Manero – de dançarino da noite -  foi para o Rafael. O que achei mais interessante nessa festa foi a quantidade de pessoas que não se conheciam da cidade e região que apareceu. Estava a galera do skate, o povo de Sta Rita, galera de PA da década de 80-90, pessoal da nova geração e um monte de gente que não sei de onde apareceu, todos curtindo o mesmo rolê tranquilo. A festa foi tão contagiante que algumas pessoas invadiram a casa alguns dias depois porque queriam continuar a fita.

Em fevereiro, uma galera colou no já tradicional Carnaval de Heliodora. Fomos recebidos no Sossego por Lorival e Sônia, que como sempre nos trataram com muita gentileza e amizade. Embora não tenha havido um Troféu Tony Manero, se o tivesse pararia certamente nas mãos do Gilson. O nobre campeão brasileiro de 2010 se destacou pela dança punk em pleno carnaval e pelo maior número de chutes dados na bunda da noite.

No dia 26 de fevereiro surgiu o Clube do Tchu. Da necessidade de criar um arquivo cultural e abrir um canal de discussão e ... mais aquilo tudo que todo mundo já sabe. Os eventos e as prosas tinham que continuar rolando, esse era o propósito. 

O próximo evento que me vem a lembrança foi o Pow Pow Crew. Realizado no bar do Luizinho, famoso Pit Stop, ali o som teve continuidade. Passaram pelas pickups  o pessoal do Dubterrâneo, Monique, Enely, Maria, Sergio, Zóio e a polícia que foi chamada para acabar com uma das festanças. Destaque para o fera que fica andando em cima das pedras que dividem a avenida. Sempre dedicado e concentrado nos seus obstáculos, pouco se importando com a festa.

Impossibilitados de realizar outras sessions no Pit Stop, o centro de diversões da galera migrou para o Bar Cervantes, centrão de Pouso Alegre. O bar foi aberto logo depois da Semana Santa e as festas do Clube do Tchu começaram a rolar por lá, junto com o pessoal do Dubterrâneo e da galera que participava das outras festas. O primeiro rolê foi minguado, quase ninguém apareceu, a galera querida de sempre, uma meia dúzia de exu e pomba gira e a presença do Marcão pra dar uma balanceada. As próximas discotecagens foram ficando mais cheias, o chão  balançando muito e alguns contratempos acontecendo, o que fizeram o Tchu mudar de lugar para fazer suas festas. O Cervantes recebeu exposições de fotos, artes plásticas, shows e rodas de música, de marchinhas e foi palco de muitas discussões durante as madrugadas, o que foi muito importante para a vida cultural e boêmia de Pouso Alegre.

Em maio tivemos o tradicional encontro internacional de gente fina, também conhecido como aniversário do Lauro e do Tiago. Teve jogo de bola, roda de samba, rock, forró, Davi Bernardo, Puumu e Psilosamples. Sempre com a presença de um povo massa afim de trocar aquela ideia.

O pessoal do Contraponto musical também representou com seus eventos na cidade. Vieram tocar aqui músicos da grandeza de Vinícius Dorin, Bocatto, Arismar do Espírito Santo e muitos outros que deram seus recados com muita qualidade no Teatro Municipal e em outros cantos da cidade. Dos shows que fui, posso dizer que a apresentação de Bocatto foi marcante e de alto nível, daqueles que saímos algumas toneladas mais leve. Infelizmente perdi o Arismar, quem foi curtiu muito.

O que dizer então do álbum Nova Fronteira de Davi Bernardo? Foi uma pedrada com 8 faixas, todas elas de grande qualidade e muito bem elaboradas. Em agosto foi o show de lançamento do álbum no Teatro Municipal. Deu um trabalhão, cada um correndo atrás do que podia oferecer, mas no final o resultado valeu a pena. A fogueira no sítio do Fabio tava demais também. Destaque para quem? Tales Peixinho. O homem que pegou fogo. Mereceria uma edição do Troféu Tony Manero.

Outro grande lançamento foi o dvd do Imbuia. O grupo fez um showzaço para comemorar a primeira grande gravação da banda e o resultado justificou a demora. As canções, os causos, a história da banda já estão disponíveis para quem quiser conferir. O Imbuia é simplesmente genial e merece ser mais admirado por quem gosta de música.

Em setembro, tivemos Roqueiro Velho Rock Festival. O evento se deu mais uma vez no Sossego em Heliodora. A noite que virou dia teve muito som da hora: Davi Bernardo, Pumu, Toró Experimental, Cogumelo Panda, Marcos Gerez e Cléber Dantas e Mundo Tigre. Quase 24 horas de música e descontração. Povo animado escondendo do frio na fogueira. Troféu Tony Manero para o maior de todos, Frozino, nosso mestre.

Daí então começaram as festas na Hyppe. A primeira pra variar deu meia dúzia de gatos pingados, mas foi importante para sacarmos as possibilidades do lugar, que é bem bacana. A galera do Tchu comandou as pickups e o troféu “Tony Manero trabaiera” da noite foi para a Jose. A próxima festa foi a mais inusitada do ano, na minha opinião. Não é todo dia que se reúnem Pumu, Objeto Amarelo e The Eternals em um mesmo lugar. Os 3 representaram muito bem as suas quebradas e o show do Eternals me fez voltar aos 16 anos de idade. Foda demais do começo ao fim. Pra finalizar na Hyppe mais duas festas: a primeira inauguramos nossas projeções em PA com o filme Os Palhaçoes e, na segunda, com o Down by Law. Marcos Gerez, Cléber Dantas, Maurício Takara e Zé Rolê fecharam o ano com chave de ouro numa noite muito divertida, com momentos de grande inspiração no palco.

Com certeza, outros eventos foram importantes e quem quiser comentá-los, fique à vontade. Esses foram os que lembrei.

Que venha 2011 e seja tão cheio de atividades, de festividades e de aquisição de conhecimento e de amizades importantes. O Natal, independente de nossas crenças, é um momento de renascimento, de ressurgir, de recriar, de deixar o velho pra trás e ir atrás do novo, sem jamais esquecer o que aprendemos. Que seja produtivo, cheio de paz, saúde e de vida para nós todos. Saúde, guerreiros!